Edmundo Alves de Souza Neto (Niterói, 2 de abril 1971), conhecido apenas como Edmundo, é um polêmico futebolista brasileiro. Atua tradicionalmente como atacante, porém como meia também.
Iniciou sua carreira profissional em 1992 pelo Club de Regatas Vasco da Gama, clube onde mais se destacou e do qual se declara torcedor.[1] Jogou por alguns dos principais clubes de futebol do Brasil e da Itália, como o Vasco da Gama, Palmeiras, Flamengo, Corinthians, Santos, Fluminense, Figueirense, Fiorentina e Cruzeiro. Ficou conhecido como "Animal" por seu futebol habilidoso e ao mesmo tempo por seu temperamento forte e por sua indisciplina em campo.
1982 a 1994
Edmundo começou no futsal, no Clube do Fonseca, em Niterói. Aos nove anos seu professor de judô o levou para o Vasco, em 1982. Edmundo ainda teria uma rápida passagem pelo o Fluminense e o Botafogo.
Edmundo começou a ter destaque na mídia no dia 25 de Agosto de 1991, num jogo preliminar de juniores contra o Botafogo. Vestindo a camisa 16, ele driblou quatro jogadores mais o goleiro, marcando um belo gol. No dia seguinte, um cronista esportivo elegeu o gol do garoto como o melhor momento da tarde.
Em 1992 Edmundo foi lançado como titular pelo técnico Nelsinho Rosa, fazendo uma dobradinha no ataque com o veterano Bebeto. Sua estréia pelo Vasco foi em 26 de janeiro, na goleada de 4x1 sobre o Corinthians pelo Campeonato Brasileiro.[2] Fez grandes atuações com a camisa cruzmaltina no torneio. O jogador repetiu as boas atuações no Carioca, sendo considerado a revelação do campeonato. Tais performances o levaram a estréia na Seleção Brasileira, em 21 de julho na derrota do Brasil para o Uruguai, em Montevidéu, por 1 a 0.
As boas atuações levaram ao interesse de outros clubes. Em 1993 transferiu-se para o Palmeiras num negócio de U$$ 2 milhões, e por lá ganhou um bibrasileiro (1993 e 1994), um bipaulista e o Torneio Rio-São Paulo em 1993.
Foi em São Paulo que Edmundo ganhou o apelido - dado pelo locutor Osmar Santos - que levaria por toda a carreira: Animal. Osmar Santos concedia o apelido ao melhor jogador de cada rodada. Edmundo foi várias vezes destaque, e conseqüentemente diversas vezes agraciado com o apelido, que acabou identificando-o com a torcida palmeireinse. Contudo, devido ao seu temperamento arredio e o costume de levar cartões vermelhos, o apelido acabou por ganhar um significado pejorativo, de um jogador irresponsável e que não mede a conseqüência de seus atos.
A saída de Edmundo do Palmeiras foi mais uma polêmica em sua carreira. Brigas com o técnico Vanderlei Luxemburgo e com companheiros como Rincón, Antônio Carlos e Evair o levaram a recusar a proposta palmeirense de renovação do contrato. A torcida, identificada com o jogador, fez pressão, gritando em diversos jogos "Fica, Edmundo, você vai ser campeão do mundo!". O jogador, contudo, mostrou-se inflexível, o que revoltou a torcida, que cantou em seu último jogo "Fora Edmundo, você é o maior traidor do mundo!"
[editar] 1995 a 1999
Com o caminho livre, em 1995 Edmundo se transferiu para o Flamengo. Sua chegada teve carreata e desfile em cima de um carro de bombeiros. Ele faria o "ataque dos sonhos" com Romário e Sávio. Edmundo, porém, não deu certo, assim como o ataque rubro-negro, o que levou a torcida vascaína a criar o coro, após um empate em 0 a 0 com o arqui-rival Vasco: "Pior ataque do mundo, pior ataque do mundo, pára um pouquinho, descansa um pouquinho, Sávio, Romário, Edmundo!"
O ano de 1995 também ficou marcado em sua vida pessoal: no dia 2 de dezembro bateu seu Jipe Cherokee em um Fiat Uno na Lagoa Rodrigo de Freitas. Três pessoas morreram e o jogador foi culpado pelo acidente.
Edmundo acabou brigando com a diretoria do Flamengo, que o emprestou ao Corinthians para a disputa da Taça Libertadores da América. No clube paulista teve uma boa atuação, marcando 32 gols no primeiro semestre. Contudo, o Vasco lhe oferece uma proposta de contrato, que é aceita pelo jogador, que sai sem dar satisfação à diretoria corintiana.
Assim no segundo semestre de 1996 Edmundo voltou para o Vasco, clube que o revelou. Teve uma atuação de gala no Campeonato Brasileiro de 1997, sendo o principal responsável pelo título vascaíno do campeonato.
Naquele campeonato Edmundo bateu dois recordes que já duravam décadas. O primeiro, quebrado no dia 11 de setembro, era o de maior goleador num único jogo. Edmundo marcou 6 gols na vitória de 6 a 0 sob o União São João, de Araras, e ainda perdeu um pênalti. Os seis gols lhe valeram o recorde, que antes pertencia a Roberto Dinamite, Ronaldo, Edmar, Nunes e Bira, ambos com cinco gols.
O outro recorde foi o de maior goleador da competição. Ao marcar três gols na goleada de 4x1 sobre o rival Flamengo, no dia 3 de dezembro, o jogador passou Reinaldo, que tinha 28 gols, batendo uma marca que já durava 20 anos. Tal recorde só viria a ser quebrado em 2003, por Dimba, quando o Campeonato Brasileiro passou a adotar o sistema de pontos corridos, aumentando assim o número de jogos.
Apesar de não ter marcado nos dois jogos da finais, sua atuação foi polêmica. No primeiro jogo, no Morumbi, Edmundo havia recebido um cartão amarelo e seria, assim, suspenso do último e decisivo jogo. Foi alertado pelo banco de reservas, então, para cavar uma expulsão, sendo assim não julgado a tempo pelo tribunal.
Ao final do segundo jogo, com o título brasileiro, o jogador afirmou:
Esse é o título mais importante da minha vida.
18 de março de 2008
Baú do Esporte - Edmundo
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