Entrevista: Roberto Dinamite fala ao Jornal "A Gazeta" (ES). 11/01/2010

por Bruno Marques

O toque de celular de Roberto Dinamite é um batidão que começa assim: "Vasco! Daquele jeito..." Notando a cara de surpresa do repórter, o presidente cruzmaltino brinca, falando dele mesmo: "É boleirão!", diz, abrindo um sorriso, antes de atender à ligação. De passagem para acompanhar a pré-temporada do Gigante da Colina no Espírito Santo, Dinamite, que voltou para o Rio de Janeiro ontem, comentou sobre os planos para 2010, do processo de reestruturação do clube, da intenção de se construir um centro de treinamento, de ainda contar com Juninho Pernambucano e o lateral-esquerdo capixaba Ramon, entre outros temas. Tudo para tentar fazer jus à letra do batidão. Ou seja, para deixar o Vasco "daquele jeito".

A GAZETA - O que esperar do Vasco em 2010 após a volta à Série A do Brasileiro?

ROBERTO DINAMITE - É o melhor grupo que já montamos. Espero um ano muito bom. Está sendo dada continuidade ao trabalho. Mas tenho certeza de que precisamos fazer cada vez melhor para podermos disputar uma Série A e sobretudo brigar por títulos. No começo do Carioca o importante será vencer, depois haverá uma evolução física e técnica. Em dez dias de pré-temporada apenas, os preparadores precisam fazer milagre. Mas o grupo é bom.

Como anda a possível volta do Juninho Pernambucano?

Juninho interessa, até pela relação que tem com o clube e com a torcida, e ainda pode ser muito útil. Depende de um sinal dele próprio. Se ele falar que quer voltar e que irá conversar com o Vasco, já temos algo mais ou menos engatilhado para que essa volta aconteça. Há esse pensamento. Hoje, exatamente, não há nenhuma conversa agendada. Mas amanhã pode ser diferente. Sempre pode haver novidades.

E a situação do Ramon é irreversível? O Inter (RS) não o reemprestará mesmo?

O Internacional não liberou o Ramon. Acho que seria bom para o Ramon, para a sua valorização, continuar no Vasco. Ele é muito querido dentro do clube. O Vasco tem essa magia da identificação. Foi assim com o Juninho, com o Ramon, com o Carlos Alberto e, pelo que tenho visto, já está acontecendo com o Dodô também. Mas de imediato a volta do Ramon é difícil. Não podemos passar por cima. Teremos de esperar um período.

Há planos para a construção de um centro de treinamento?

Há um terreno em Caxias (RJ), mas há complicações de questões ambientais. Estamos estudando. Qualquer clube brasileiro, hoje, tem dificuldade de comprar uma área. Temos que tentar isso junto ao governo e depois tentar viabilizar a construção com parceiros. O Vasco tem projetos e ter esse espaço para as categorias de base e o time profissional é fundamental.

É possível desenvolver projetos em comum com Flamengo, Botafogo e Fluminense?

É importante que os quatro presidentes conversem para vermos o que temos de interesse em comum. Cada clube, internamente, é de um jeito. Parece simples, mas não é. Mas o que é comum aos quatro, nós podemos ver juntos. E podemos pensar além dos grandes, também em outras equipes do futebol carioca.

E que tal essa nova passagem do Vasco pelo Estado?

Aqui sempre somos muito queridos. Se não me engano o Vasco tem uns 800 mil torcedores no Estado. Talvez até 1 milhão. Aconteceu até um pequeno tumulto no evento que fizemos no sábado ("Tarde da Família Vascaína", encontro promovido pelo clube entre torcedores e atletas, mediante o pagamento de R$ 60,00, mas que foi alvo de protestos, devido à desorganização e o pouco contato dos fãs com os jogadores), mas foi tudo por causa do grande assédio.

Fonte: Jornal "A Gazeta"

 

Vasco estuda fazer jogo de despedida para Edmundo
11 de janeiro de 2010 

Roberto Dinamite concorda em fazer partida de despedida para Edmundo, ídolo no Vasco
Foto: Agência Lance

 

No encontro com torcedores em Vila Velha, no Espírito Santo, o presidente Roberto Dinamite não falou apenas a respeito de Juninho Pernambucano, ídolo do Vasco ainda em atividade. Após os apelos dos fãs, o dirigente voltou a falar de uma possível partida de despedida para Edmundo com a camisa do Vasco.

"Ele merece o maior respeito e mesmo que não faça parte de qualquer grupo do Vasco, ele vai ter a homenagem que merece como grande ídolo e grande jogador. Mas também depende muito dele, de participar de uma partida ou um jogo de encerramento. Vamos estar abertos para isso", afirmou.

Edmundo encerrou a carreira no fim de 2008, quando, com a camisa do Vasco, foi rebaixado para a Série B. Em seguida, chegou a ser especulada sua ida para o Figueirense, o que não se concretizou. Até hoje o jogador ainda não recebeu uma homenagem como essa.