Em momentos antagônicos, rivais se enfrentam pelo "clássico dos milhões" no Campeonato Carioca. Expectativa de público, porém, não é nada boa, assim como o momento do Fla.
O apelido vem de antigamente. O duelo entre Vasco e Flamengo, um dos maiores clássicos do futebol brasileiro, ganhou a alcunha de "clássico dos milhões" na metade do século XX no Rio de Janeiro. O motivo? Era um jogo que movimentava as duas maiores torcidas do Rio de Janeiro e costumava reunir mais de 150 mil pessoas no Maracanã. Mais um capítulo da longa rivalidade será escrita hoje, em outro estádio, no Engenhão, já que o Maraca está em reforma para a Copa do Mundo de 2014. Se o palco mudou, também se pode dizer o mesmo do público. O esvaziado Campeonato Carioca verá o seu último clássico da primeira fase e, até ontem, só 2.727 ingressos foram vendidos.
Vasco e Flamengo se enfrentam neste sábado, às 18h30, no Engenhão, em situações opostas. Os cruzmaltinos, líderes do Grupo B da Taça Rio, entram campo leves, com a classificação para as oitavas de final assegurada. Já o Rubro-Negro, primeiro lugar da chave A, mas praticamente eliminado da competição sul-americana, carrega o peso da crise. De um lado, apoio irrestrito dos torcedores. Do outro, protestos que têm como principais alvos o capitão Ronaldinho e o técnico Joel Santana.
Em São Januário, o clima é o melhor possível. Nem mesmo a ausência de Juninho, que foi submetido a uma cirurgia na boca, e Dedé, que está com um edema na fíbula da perna esquerda, tiraram a tranquilidade do grupo. Com relação aos problemas que rodeiam o arquirrival, não existe nenhum sentimento de solidariedade, apenas de respeito. O técnico Cristóvão Borges sabe como ninguém que uma vitória num clássico serve para ressuscitar qualquer time antes dado como morto.
"A crise na Gávea é problema do Flamengo. Mas essa situação é muito traiçoeira também. Estamos ligados nisso. Será uma oportunidade para eles mudarem este panorama. O Flamengo é um grande adversário e o respeitamos muito. O jogo em si vai ser a dureza de sempre", disse o treinador vascaíno.
Para o goleiro Felipe, do Flamengo, porém, nem um triunfo sobre o Vasco será capaz de espantar a crise. Segundo ele, a vitória apenas amenizaria o clima ruim até quarta-feira, quando o Rubro-Negro, à espera de um milagre, buscará a classificação na Libertadores — o time precisa superar o Lanús, no Engenhão, e torcer por um empate entre Olimpia e Emelec, no Paraguai.
“Estamos com um pé no inferno. A derrota, amanhã (hoje), seria o empurrãozinho que falta. Para evitarmos uma crise maior, precisamos representar bem essa camisa. Está faltando isso. Estamos deixando a desejar”, disse o camisa 1.
O Flamengo vive uma crise pública e notória. A derrota para o Emelec na Quarta-Feira, em Guayaquil, foi pouco digerida por torcedores, dirigentes e comissão técnica e a culpa respinga por todos os lados na Gávea. Fala-se em demissão de Joel Santana, em recisão de contrato com Ronaldinho Gaúcho e o dia anterior à partida foi marcado por bronca da diretoria e protestos da torcida.
- Estamos com um pé no inferno. É difícil ter tranquilidade e paciência. Representar essa camisa é o que está faltando, estamos deixando a desejar. O torcedor está chateado, tem razão de protestar, mas o melhor lugar para protestar é no estádio. Nenhum trabalhador gosta de passar por isso. Sabemos que muitas vezes as coisas são armadas. Três ou quatro torcedores não representam os 40 milhões que são a torcida do Flamengo - foram as palavras do goleiro Felipe, único titular a aparecer para a imprensa no treinamento de Sexta.
No Vasco, a batida é outra. O time conseguiu justamente o que o Flamengo queria no meio de semana: venceu fora de casa pela Libertadores. A vitória sobre o Alianza Lima, no Peru, somada à vitória do Libertad sobre o Nacional, deu a classificação antecipada ao cruzmaltino, que agora pode pensar com tranquilidade no Carioca.
De ruim, só a lesão do zagueiro Dedé, que para por três semanas devido a um edema na fíbula na perna esquerda. Outro desfalque certo é Juninho, que passou por uma cirurgia dentária e voltará a treinar neste Sábado.
Escalação |
VASCO Fernando Prass Fágner, Renato Silva, Fabricio e Thiago Feltri Rômulo, Eduardo Costa, Felipe e Diego Souza Eder Luis e Alecsandro | FLAMENGO Felipe Léo Moura, Gonzalez, Welliton e Júnior César Willians, Muralha Botinelli, Ronaldinho Vágner Love e Deivid |
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