Sem a presença do meia Carlos Alberto, que ficou tratando o púbis em São Januário, o Vasco realizou treinos físico e tático na manhã desta quinta-feira no Vasco-Recreio.
As novidades foram as entradas de Auremir na lateral direita no lugar de Jonas, Willian Matheus na esquerda na vaga de Thiago Feltri e a presença de três atacantes: Tenório, Eder Luis e Alecsandro. O restante da equipe foi formada por Nilton, Wendel e Juninho.
As atividades começaram com exercícios em um gol pequeno e um trabalho de arranque. Depois, o técnico Marcelo Oliveira montou o time para um coletivo com campo reduzido e oito jogadores de cada lado.
No fim dos trabalhos, Oliveira adicionou Douglas e Renato Silva, na zaga, e deixou claro o time titular que pode enfrentar o Sport, domingo, em São Januário: Fernando Prass, Auremir, Douglas, Renato Silva e Willian Matheus; Nilton, Wendel e Juninho; Eder Luis, Tenório e Alecsandro.
Motivado, Tenorio afirma desejo de permanecer no Vasco em 2013
Atacante equatoriano garante que sua vontade é cumprir contrato e 'estrear' pelo clube na próxima temporada
De volta ao Vasco após pouco mais de um mês se recuperando de uma lesão muscular, Carlos Tenorio garante estar totalmente concentrado na partida contra o Sport, neste domingo. Mas também não deixa de pensar em seu futuro. Apesar do complicado momento financeiro que o clube atravessa, o equatoriano de 33 anos afirma que o plano é cumprir seu contrato, que vai até dezembro de 2013.
- No futebol tudo pode mudar a qualquer momento. Está claro que tenho contrato até o fim do ano que vem. Então, se eu não ficar, será uma decisão do Vasco. Eu desejo permanecer e jogar pelo Vasco. Para mim, disputar 15 partidas na temporada é o mesmo que não jogar - disse Tenorio, que alcança o número se entrar em campo neste domingo.
Tenorio, que chegou ao Vasco em janeiro e foi apresentado já na etapa final da pré-temporada, lamentou a série de lesões que o afastaram da equipe por muito tempo. Por isso, ele prefere focar seu pensamento no desfecho de 2012 e apenas depois da última rodada do Brasileirão pensar no próximo ano.
- Cheguei um pouco tarde na pré-temporada por causa das negociações. Mas não penso muito nisso. Ainda falta muito para o ano que vem. Quero primeiro terminar bem o ano para começar o próximo da melhor maneira possível - afirmou.
Vasco não vê a cor do dinheiro de patrocínios há três meses
RIO - Despesas mensais milionárias somadas a receitas praticamente nulas resultam em crise financeira quase sem solução. Este é o cenário do Vasco, que briga na Justiça, por meio de recursos, para reaver pelo menos parte do dinheiro penhorado para a Receita Federal. Há três meses 100% das cotas dos patrocinadores e de TV (algo entorno de R$ 5 milhões por mês) não entram nos cofres de São Januário, segundo o departamento jurídico. No total, o clube deve à Fazenda cerca de R$ 60 milhões de impostos não recolhidos ao longo dos anos.
Como consequências, novamente o atraso nos salários de jogadores e funcionários, o não pagamento de premiações, o corte de água da sede e outras contas atrasadas. Para não afundar ainda mais na crise financeira, alguns empréstimos com os chamados vascaínos ilustres, com bancos, e até com CBF e a Ferj. Além da bilheteria, que não tem sido boa com a queda do time. E a situação pode piorar. Outros acordos feitos na Justiça já começam a atrasar, como o caso do Vasco/Barra, e se o pagamento não for feito em 90 dias, o clube terá de pagar multa.
A Receita Federal entrou com sete ações contra o clube na Justiça e ganhou todas elas com a mesma decisão: penhora total das receitas. O departamento jurídico do clube contesta a decisão e pede parcelamento da dívida em R$ 400 mil mensais. Porém, a Fazenda quer parcelas de R$1,2 milhões, para zerar a dívida em poucos anos. Os advogados do Vasco aguardam os julgamentos dos recursos, mas não há prazos nem certeza se a situação será revertida.
- Em todos os casos cíveis que temos, a jurisprudência é penhorar 5% das receitas. Só a Justiça Federal tomou essa decisão. Estamos com vários recursos questionando o pagamento integral. Se todo mundo quiser receber tudo de uma vez só o clube vai quebrar - alertou Marcelo Macêdo, um dos advogados contratados pelo clube.
A crise já ultrapassou a mesa da presidência e afetou o campo, apesar de o presidente Roberto Dinamite não acreditar na interferência direta no futebol. As reclamações mais explícitas dos jogadores são evitadas nas entrevistas coletivas, mas é fato que ninguém no grupo do Vasco está satisfeito com os problemas financeiros e as promessas não cumpridas pela diretoria. Une-se a isso a crise técnica do time, que não vence há cinco partidas, e caiu para a sétima posição no Brasileiro. Resultado: um ambiente de treino que tenta não ser de fim de festa.
Todos chegam no horário, treinam, escutam as orientações do técnico Marcelo Oliveira. Porém é difícil manter a motivação quando as chances de conquistar a vaga na Libertadores são mínimas. De 1%, segundo os cálculos do matemático Tristão Garcia. Primeiro, todos dizem que ainda acreditam. Em seguida, o discurso muda um pouco de tom. Interromper a sequência de derrotas significa, ao menos, reverter a queda de rendimento e terminar o ano com moral mais elevado para o início da próxima temporada.
- O Vasco tem que pensar primeiro nele, depois na pontuação dos outros - disse o atacante Tenorio.
O atacante equatoriano treinou normalmente nos últimos dias e deve ficar à disposição do treinador. Há seis jogos fora do time, Tenorio tem condições de atuar apenas um tempo contra o Sport domingo. Já Alecsandro, que também voltou ao campo esta semana, pode voltar a ser titular. Ambos estão recuperados de lesões musculares. O camisa 10 Carlos Alberto fez tratamento para as dores no púbis em São Januário, mas o departamento médico ainda não o vetou.
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