[googlee078d043171a94a9.html] Sou Mais Vasco: Renato pode lançar jogadores antes esquecidos contra o Coxa

29 de novembro de 2008

Renato pode lançar jogadores antes esquecidos contra o Coxa


Coritiba recebe o Vasco no Couto Pereira
Coritiba recebe o Vasco no Couto Pereira

"I believe in you...". A música de Celine Dion e Il Divo tocava por acaso nos alto-falantes de São Januário durante o treino do Vasco na sexta-feira. Mas a canção parecia traduzir muito bem o espírito do time para enfrentar o Coritiba, neste domingo, às 17h (horário de Brasília), no estádio Couto Pereira, em Curitiba. Afinal, a letra mostra que ainda há esperança: "Só no caminho que você escolheu; Uma estrada inquieta sem volta; Um dia você achará sua luz novamente; Você não sabe, não deixe ir embora sua força. Eu acredito, eu acredito, eu acredito em você". 

O time carioca está desesperado e precisa da vitória. Com 37 pontos, está a três do Náutico, o primeiro clube fora da zona do rebaixamento, e pode cair para a Série B até mesmo se empatar. Os pernambucanos enfrentam o Atlético-PR em casa. Já o Coritiba está tranqüilo, com 53 pontos e em sexto lugar, e faz a sua despedida da torcida na temporada. 

O Vasco, que tem quatro títulos brasileiros, é um dos seis clubes que estão na lista dos grandes que nunca foram rebaixados. Flamengo, São Paulo, Santos, Cruzeiro e Inter são os outros.

Edmundo deve ficar no banco 

Na sexta-feira, um grupo de torcedores foi até São Januário levar mensagens de apoio aos jogadores. Foram pensamentos positivos e frases de incentivo de pessoas de todo o país, de Manaus a Uberlândia-MG, relacionadas por uma comunidade de um site de relacionamento. A semana, aliás, foi assim. De apoio. Nada de protestos, críticas. Os torcedores fizeram a sua parte. Mas a diretoria e o técnico Renato Gaúcho pareciam não falar a mesma língua. 

O comandante vascaíno não gostou nem um pouco de o vice jurídico Luiz Américo ter revelado que em seu contrato havia um bônus caso livrasse o clube do rebaixamento. E um culto evangélico no estacionamento de São Januário com a participação de Madson e Mateus também não agradou. O presidente Roberto Dinamite tentou minimizar, mas o fato gerou mal-estar no clube, tradicionalmente católico. 

A fé, aliás, passou a fazer parte do dia-a-dia vascaíno. Odvan falou que acredita em milagres. Madson fez promessa. Assim como Roberto Dinamite, que vai doar quentinhas a crianças carentes se o Vasco não for rebaixado. Renato Gaúcho não revelou se fez promessas. Mas o treinador gosta de beijar a imagem de Nossa Senhora da Aparecida que fica em cima da mesa de entrevistas do clube. 

- Minha mãe está pedindo por mim. Nossas horas tudo é válido e o que nos ajudar é sempre bem-vindo. Só a minha família sabe o que estou passando - disse o treinador. 

Mudança na escalação

O Vasco vai entrar em campo com o zagueiro Vilson improvisado na ala esquerda. Renato Gaúcho resolveu barrar Edu Pina. Além disso, Edmundo deve permanecer no banco. Apesar de não confirmar a escalação, o treinador não escondeu a preferência por Alex Teixeira por considerar que o Animal rende mais no segundo tempo, quando os adversários estão mais cansados. 

Renato Gaúcho não vai preparar nada diferente para a preleção momentos antes da partida. Mas vai lembrar a história gloriosa do Vasco e, principalmente, que é a última chance de manter o time com esperanças de ficar na Série A. 

- Não é porque estamos nessa situação que a minha preleção vai mudar. Mas vou falar claramente para eles que faltam dois jogos. E a gente precisa vencer para seguir vivo na disputa. Ou todo o esforço foi sem sentido. Se vencermos, não importam os outros resultados, pois vamos para a última rodada ainda com chances de escapar do rebaixamento. Para nós, o jogo vale mais que uma final de Copa do Mundo. Não vejo a hora que acabe tudo isso. E espero que tenha um final feliz - disse o treinador. 


Um Renato Gaúcho tenso, solitário, fisionomia fechada, olhar perdido e buscando soluções para o Vasco não ser rebaixado tem se tornado a cena mais comum nos últimos dias, em São Januário.

Só que, ontem, o barril de pólvora explodiu. No auge do estresse, o técnico fez um desabafo diante da iminente queda do time para a Segunda Divisão. São 87% de risco de cair.

"Tudo o que eu poderia fazer desde que assumi o cargo, eu fiz. E não estou arrependido de nada, mas doido para acabar logo esse sofrimento. Nunca mais vou assumir outro clube na situação em que encontrei o Vasco", disse ele, que sempre criticou a preparação feita no início da temporada 2008.

Renato chegou a São Januário no dia 20 de setembro para substituir o demitido Tita e, desde então, sua vida tornou-se um inferno, com pressões de todos os lados.

"Quem está fora não sofre nem um terço do que a gente sofre aqui com esse ambiente pesado. Nunca passei por isso antes", garante, esquecendo-se de que já havia rebaixado o Fluminense, em 1996.

"Mas foi uma situação diferente. Eu era jogador, estava contundido e assumi o time para quebrar um galho faltando cinco, seis jogos. Tinha até virada de mesa. Hoje, não. Sou treinador".

Renato assumiu o Vasco em 17º lugar, na zona de rebaixamento, a 13 rodadas do fim do Brasileiro. Depois de 11 jogos, ele só conseguiu tirar o Vasco da zona da degola por uma rodada.

"Quem quebra a cabeça é o treinador, que não tem sossego, folga, nada. A cabeça fica a mil. Não durmo. Passo a noite acordado buscando soluções", revela.

Renato ainda acredita na salvação do time a duas rodadas do fim do Brasileiro, mas admite que os jogadores também estão no limite. Tanto que sequer deu um coletivo ao longo semana.

"Os jogadores estão psicologicamente abalados e com a musculatura cansada por ser fim de temporada. Fico preocupado que sofram lesões. Por isso, não dei coletivo. Eles já sabem como quero que o time jogue".

Renato Gaúcho tenta fazer a cabeça da torcida do Coritiba a torcer pelo Vasco, já que o Atlético-PR, maior rival do Coxa, também luta para não ser rebaixado. "Que ela pense bem porque deve ter sido muito sacaneada pela do Atlético-PR, quando o Coritiba foi rebaixado", lembrou ele.

Renato pode lançar jogadores antes esquecidos
Se depender do treino tático de ontem, Renato Gaúcho vai lançar no decisivo jogo de amanhã, contra o Coritiba, no Couto Pereira, dois jogadores que não atuam há mais de dois meses: os contestados zagueiros André e Vílson. André, de 1,83m, entra no lugar de Jorge Luiz, suspenso, e Vílson, de 1,89m, será improvisado na ala esquerda em lugar do barrado Edu Pina. "O Coritiba tem jogadores altos e o Vílson e o André são bons na bola aérea", acredita o técnico, preocupado principalmente com a boa estatura do artilheiro coritibano Keirrison. Enquanto o contestado Vílson deixou o clube ontem sem dar entrevistas, André avisou: "É minha hora de mostrar por que estou no Vasco", afirmou o zagueiro, de 29 anos.


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