Meia não chega a ser um bad boy, mas seu comportamento requer uma dose extra de patrulhamento para evitar prejuízos ao time
Foto: Bernardo chora ao lembrar da avó que o
reconhecia como um iluminado
|
Herói da vitória nos acréscimos sobre o Fluminense que manteve o Vasco na briga pelo título brasileiro quando os corintianos já soltavam o grito de campeão em Florianópolis, Bernardo é um daqueles casos em que o clube nota o surgimento de um promissor jogador na pele de um jovem imaturo - e às vezes problemático. Não foram raras as vezes em que ele aprontou na temporada, mas no dia seguinte foi lá e resolveu dentro de campo.
Herói da vitória nos acréscimos sobre o Fluminense que manteve o Vasco na briga pelo título brasileiro quando os corintianos já soltavam o grito de campeão em Florianópolis, Bernardo é um daqueles casos em que o clube nota o surgimento de um promissor jogador na pele de um jovem imaturo - e às vezes problemático. Não foram raras as vezes em que ele aprontou na temporada, mas no dia seguinte foi lá e resolveu dentro de campo.
O técnico Cristóvão Borges tem sido uma espécie de paizão. Tem mesclado paciência e bronca na medida certa para manter o meia comprometido e, ao mesmo tempo, ter o talismã da equipe sempre estimulado.
“Ele jogou sete jogos inteiros, é um jogador talentosíssimo. Por ser jovem, tem alternâncias de comportamento e atuações, mas tem técnica. E nós conversamos muitos, ele requer maior aproximação. Tem talento e energia, é atrevido e impetuoso. Quando consegue usar esse tipo de comportamento até agressivo e canalizá-lo em favor do time, fica positivo. Vai crescer, é talento raro”, discursou Cristóvão Borges.
Foi o treinador que por duas vezes se encarregou de chamar o jogador no canto para uma conversa franca. O clube está ciente que precisa esperar o amadurecimento natural para que Bernardo cresça e use sua energia apenas para o futebol.
O meia não chega a ser um daqueles exemplos clássicos de "bad boy" que já passaram pelo clube, como Edmundo e Romário, mas também não apresenta um comportamento comum. Mesmo com 21 anos, já é pai de três filhos – sendo um fora do casamento. Ele é o artilheiro do time na temporada. Ainda que reserva, marcou 18 gols. O deste domingo, contra o Fluminense, aos 45 minutos do segundo tempo, teve um gostinho especial.
“Me lembrei do Juninho Pernambucano em 2000 contra o Palmeiras. Um dia queria ser decisivo para fazer um gesto parecido com o dele”, contou o meia cruzmaltino.
A diferença é que Juninho, aos 36 anos, é o primeiro a chegar e o último a sair. Consciente que poderia voltar ao clube depois de dez anos e decepcionar, sugeriu o inusitado contrato de um salário mínimo. Já Bernardo de vez em quando dá uma pisada na bola.
Foto: Agência O Globo
Bernardo cai no choro e é amparado pelo interino Cristóvão Borges
Em setembro, chegou atrasado a São Januário, foi a campo e, sem condições psicológicas, chamou o treinador para uma conversa. Caiu no choro publicamente.
“Tenho um filho mais ou menos da idade dele. Neste momento, você precisa orientar, educar”, disse Cristóvão sobre o episódio.
Na semana passada, o meia cometeu um ato de indisciplina. Depois de uma disputa de bola com Chaparro, chutou o companheiro. Não satisfeito, “bicou” a lata de lixo atrás do gol e isolou a bola. A cena teve um desfecho pior ainda. Bernardo tirou o colete, atirou no chão e abandonou o treino.
Dez minutos depois, voltou a campo como se nada tivesse acontecido. Mas o treinador pediu que ele corresse sozinho. Dois dias depois, lá estava ele substituindo Diego Souza, suspenso, contra o Universidad de Chile, pela Sul-Americana. O jogo terminou empatado em 1 a 1, gol dele.
Hilton Mattos, iG Rio de Janeiro |
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sinta-se a vontade para comentar