Dinamite mostra muito abatimento
No Rio de Janeiro
Luciano Paiva/UOL Esporte O presidente Roberto Dinamite traçou qual deverá ser o perfil do novo técnico do Vasco |
Pedro Ponzoni/UOL Esporte O dirigente destaca que tem recorrido aos medicamentos para conseguir se acalmar |
Saúde financeira
"Na Série B, por exemplo, você perde em cota de televisão. Mas vamos receber mais do que na Série A, quando ficamos presos e não recebemos nada, já que todos os nossos recursos tinham sido adiantados. Agora vamos administrar bem as nossas receitas e nos livraremos desta camisa de força. O torcedor cruzmaltino pode ter certeza de que vamos investir muito mais na Segunda Divisão".
Novo treinador?
"Seria muito prematuro falar sobre a situação do Renato Gaúcho agora, assim como outros técnicos. Mas se ele disse que está fora, está fora. Precisamos planejar. Não é o momento certo de tratarmos sobre técnico e jogadores. O Renato foi contratado por três meses para tirar o Vasco daquela situação, mas não foi possível. Talvez ainda esse ano a gente escolha o nome do novo técnico. Quero um profissional de diálogo e vencedor. O Vasco pretende gastar aquilo que ele vai representar para o clube".
O contrato do Renato Gaúcho conosco era de três meses e estava acertado que ele tinha o objetivo de salvar a equipe do rebaixamento. Infelizmente não aconteceu. Mas se ele disse que está fora, está fora. Não posso responder pelo Renato Gaúcho. As coisas têm de ser feitas com calma, ainda existe uma possibilidade de uma conversa, mas é melhor esperar a poeira abaixar".
Madson e Wagner Diniz
"Com relação ao Madson, existe uma proposta para acertar a permanência do jogador. Ainda vamos fazer uma consulta para sabermos a real situação do Wagner Diniz. A lei permite ao atleta sair para qualquer clube no fim do contrato. Só não posso responder porque não é oficial".
Dispensas
"Vamos decidir quem fica e quem sai depois que o nosso gerente de futebol, Carlos Alberto Lancetta, nos apresentar um relatório. Não queremos um jogador com salário muito alto, e, no final, ele participar apenas 15% dos jogos. Vamos montar uma equipe competitiva e com condições de vencer a Segunda Divisão".
Novos contratos de patrocínio
"Tínhamos uma parceria esportiva de R$ 70 mil. Agora, esse valor vai aumentar para R$ 506 mil. São coisas que estavam programadas, dentro da nossa administração. Vamos trabalhar para ter um material melhor em mãos, coisa que não tivemos até agora. Sobre a Eletrobrás, existe um compromisso e dentro dele algumas coisas ainda precisam ser alinhadas. Mas não procede a informação de que o valor oferecido anteriormente vai diminuir. Quando tudo estiver acertado, dentro da linha de transparência, a imprensa terá uma noção de quanto será disponibilizado ao Vasco".
O pequeno Victor Rodrigues, de 9 anos, descobriu cedo demais o quanto um rebaixamento machuca. Misturado aos mais de 20 mil torcedores, roeu unhas, falou palavrão e, claro, chorou pela derrota fatal
Rio - Faltaram unhas e sobraram lágrimas para Victor Rodrigues. Aos 9 anos, o pequeno vascaíno chegou ontem a São Januário de chinelo de dedo, uniforme do time de coração e um pingo de esperança de ver o Vasco fugir do inferno da Segunda Divisão nacional. No fim, ele sentiu a dor que não escolhe idade e não perdoa nem a ingenuidade de criança.
“O Vasco ser rebaixado, e isso corta meu coração. Vou continuar torcendo, mas é como se alguém tivesse morrido”, resumiu Victor.
Mesmo com o rebaixamento, a paixão do menino não morreu, ao contrário da esperança que ele alimentava antes de a bola rolar. Na companhia do pai, Eduardo Rodrigues, e do primo, Bruno Cabral, Victor era a imagem do otimismo, na chegada. “Acho que vai dar certo, acredito que o Vasco vai sair dessa”, disse o pequeno cruzmeltino, sem imaginar o que estava por vir na Colina.
Durante o jogo, o olhar do pequeno torcedor se perdia, junto com as unhas roídas. A camisa 10 que vestia lembrava o ídolo Edmundo. A liberdade para beber refrigerante foi a mesma para gritar palavrões. “Como vascaíno, era nossa obrigação estar em São Januário. Nós ajudamos o time até nos momentos mais difíceis”, afirmou Eduardo, pai de Victor.
O garoto pulava, gritava, batia palmas e cantava: “O Vasco é o time da virada; o Vasco é o time do amor”.
O amor continua, a virada não aconteceu. Os gols do Vitória fizeram Victor deixar de ficar em pé na cadeira e sentar. O pai, visivelmente emocionado, resisitiu até o fim. Além da dor pessoal, ainda teve que consolar o filho. “O que dizer? É difícil, o coração dói. Mas somos Vasco sempre”, disse o pai.
Ao lado de Victor, o cenário era de tragédia. Casais choravam abraçados, torcedores revoltados xingavam o time e alguns focos de confusão surgiam no estádio. “Eita! Quanta emoção. Estou triste”, resumiu Victor.
Fim de jogo. Lá foi o pequeno vascaíno, de uniforme completo, chinelo de dedo, olhos marejados, barriga cheia do lanche feito durante o jogo. O coração estava quase vazio. Mas ainda tinha espaço reservado para a cruz-de-malta. “Sou vascaíno, aconteça o que acontecer”, disse Victor. Aconteceu o pior. No fim, sobraram lágrimas e faltaram unhas.
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