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4 de abril de 2009

História: Vídeo Especial dos 80 anos de São Januário

Especial dos 80 anos de São Januário


O Estádio Vasco da Gama, mais conhecido como São Januário, devido à parte de sua localização estar na rua de mesmo nome, é o estádio de futebol pertencente ao Club de Regatas Vasco da Gama. Foi inaugurado em 21 de abril de 1927, com uma partida entre Vasco e Santos, vencida pelos visitantes.

Nos primeiros anos do futebol no clube, o Vasco usou como estádio o campo do Andaraí, que depois se tornou campo do América, que numa permuta cedeu o terreno para construção do Shopping Iguatemi. Desde a ida para a primeira divisão, em 1923, a diretoria vascaína já traçava planos para a construção de um estádio próprio. Contudo, a idéia só foi levada mesmo a cabo após a criação da AMEA.

Um dos motivos argumentados para a não inclusão do Vasco na nova liga era a falta de um estádio próprio. Por este motivo, foi-se então dado o pontapé para a construção de São Januário. Começava ali uma campanha intensa de arrecadação de verbas.
Em pouco tempo foram arrecadados Cr$ 690.895,00, o suficiente para a compra de uma grande área em São Cristóvão, de 65.445m². Feito isso, foram arrecados mais aproximadamente Cr$ 2.000,000, que puderam construir o estádio.

A Pedra Fundamental foi dada em 6 de junho de 1926, quando da assinatura do prefeito do Distrito Federal, Alaor Prata. Para a construção foi chamada a firma dinamarquesa Cristiani & Severo. Ricardo Severo foi nomeado o arquiteto responsável pelo projeto do estádio.
Durante a construção, um problema: o presidente da época, Washington Luís se negou a autorizar a importação de cimento belga - já utilizado no Jockey Club. Sem aquele tipo de cimento, necessário para uma obra daquele porte, foi-se usada uma solução criativa e útil: uma mistura de cimento, areia e pedra britada. Estima-se que pelo menos 6.000 barris de cimento e 252 toneladas de ferro foram usadas na obra.

Dez meses depois, o Estádio era inaugurado, com a presença de Washington Luís para se tornar o maior estádio do mundo novo. Até 1930, quando da inauguração do Estádio Centenário em Montevidéu (para a primeira Copa do Mundo) era o maior das Américas. Até 1940, quando da inauguração do Pacaembu, o estádio era o maior do Brasil, e até 1950, na inauguração do Maracanã, era o maior do Rio de Janeiro. Após mais de 80 anos desde sua inauguração, este templo do futebol continua sendo o maior estádio particular da cidade.

No jogo inaugural, uma partida contra o Santos, potência paulista da época. O gol inaugural do estádio foi feito pelo santista Evangelhista, aos 14 minutos do primeiro tempo. O primeiro gol vascaíno foi marcado pelo jogador Galego. Antes do jogo houve várias solenidades, culminando com o corte de uma fita simbólica pelo aviador português Sarmento de Beires, realizador da travessia Lisboa-Rio comandando o avião Argos.

Em março de 1928 foram inaugurados os refletores e a arquibancada atrás de um dos gols. O jogo foi contra o time uruguaio Wanderers. O Vasco venceu por 1 a 0, com um gol do ponta-esquerda Santana, em um chute direto do escanteio. Nesse momento surgiu o gol olímpico, que recebeu esse nome em alusão ao fato de os uruguaios serem os campeões olímpicos da época.


O primeiro jogo da Seleção Brasileira no estádio ocorreu em 15 de janeiro de 1939, pela Copa Rocca. O Brasil perdeu de 5x1 para os rivais argentinos. O primeiro gol brasileiro foi feito por Leônidas da Silva, o Diamante Negro, que tinha jogado no Vasco cinco anos antes.

Também neste estádio foram jogados as finais da Libertadores de 1998 e da Copa do Brasil de 2005. Sendo palco inclusive da Copa do Mundo de 1950. 

O Vasco da Gama manda seus jogos no Estádio São Januário. O clube utiliza o Maracanã raramente, geralmente só nos clássicos contra seus três rivais da cidade.

No dia 20 de maio 2007, o atacante Romário marcou o seu milésimo gol, na partida entre Vasco da Gama e Sport Recife.

O maior artilheiro de São Januário é Roberto Dinamite, também maior artilheiro vascaíno, com 184 gols marcados no estádio. Logo em seguida vem Romário, com 152 gols, e Ademir Marques de Menezes, com 94 gols.


Estátua de Romário
Em 2007 foi inaugurada no estádio de São Januário uma estátua de Bronze em tamanho natural do craque e ídolo vascaíno Romário. A estátua fica localizada dentro do gramado atrás da baliza à esquerda das cabines de rádio e TV, baliza está na qual Romário marcou seu milésimo gol. Segundo o então presidente do Vasco, Eurico Miranda, a estátua é uma homenagem a um atleta que tanto contribuiu com Vasco, sendo um dos maiores goleadores do clube e também uma homenagem ao milésimo gol do atacante.

Acontecimentos não-esportivos

Em 1935 foi realizado no estádio o encerramento do Primeiro Congresso Nacional de Educação, que reuniu o Ministro Gustavo Capanema, o presidente da República, Getúlio Vargas e centenas de educadores e estudantes numa discussão sobre os rumos da educação nacional.
Foi também em São Januário que ocorrem os corais do maestro Heitor Villa-Lobos, que em 1940 reuniu 40.000 estudantes das escolas do Distrito Federal num coral de canto orfeônico. Naquele mesmo ano, o estádio serviu como palco do comício de 1o. de maio que o presidente Getúlio Vargas anunciou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), as primeiras leis trabalhistas do Brasil. Getúlio usaria durante toda a década de 40 São Januário como palco de seus discursos.
O estádio também sediou o Desfile das Escolas de samba do Rio de Janeiro nos anos de 1943 e 1945. Em 1943 um desfile comemorativo promovido pela primeira-dama, Darcy Vargas. Já em 1945 a competição oficial, que teve como campeã a Portela com o enredo "Brasil Glorioso".

Prêmios
No dia 30 de abril de 2002, o Travel Channel, famoso canal de televisão especializado em turismo realizou pesquisa que incluiu São Januário entre os sete melhores estádios do planeta para se assistir uma partida de futebol, junto com Camp Nou, Giuseppe Meazza, La Bombonera, Ibrox Stadium, Stamford Bridge e o Estádio Olímpico de Munique.

Com 80 anos de existência completados em 2007, o estádio se destaca por resguardar traços originais de sua construção. A emissora apontou São Januário como um dos mais famosos do mundo e lembrou o fato de o Vasco ter sido o primeiro clube brasileiro a lutar contra o racismo, admitindo negros no seu quadro de atletas. Em 2008, o estádio também ganhou o prêmio de 'Maravilha da Zona Norte', ficando em primeiro lugar numa votação para escolher as sete maravilhas da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro.

Vista parorâmica do estádio em dia de jogo.


Fonte: wikipedia

8 de dezembro de 2008

" Eu quase me esqueci..." Por André Schmidt


                 Torcedores do Vasco choram o rebaixamento
Torcedores do Vasco choram o rebaixamento

Por André Schmidt

O estádio se esvaziava e a tristeza de todos era nítida, e comigo não poderia ser diferente. Por um momento eu quase me esqueci... Cantei, torci, gritei... depois do segundo gol os verbos mudaram. A esperança e a euforia deram espaço ao desepero e a incredulidade. Ao ver aquele lindo cenário armado sendo desfeito com lágrimas e vergonha, eu quase me esqueci...


Quando Edmundo deixou o campo envergonhado, mesmo sendo aplaudido, eu quase me esqueci... Nem a reza após o início do segundo tempo fez efeito, diga-se de passagem um dos momentos mais bonitos já vistos em um estádio de futebol. Porém, logo após o apito final eu me lembrei. A torcida, ainda que triste, não deixa as arquibancadas e canta... cante teu hino que conta tua história. Aí eu me lembrei. Lembrei que teu Manto Sagrado é repleto de suor, sangue e lágrimas, e que tua história é de luta! Que já tentataram te afundar, te desmoralizar e te renegar, mas tua honra e tua torcida nunca o deixaram. 

Me lembrei que teu nome é Clube de Regatas Vasco da Gama e que tudo que tens foi conquistado, e não oferecido. Que as lágrimas e tristeza que hoje derramo, são as mesma que rolaram de alegria em um passado não distante. Lembrei que jogadores vão e vem, mas teu nome e tuas glórias são eternas! Lembrei que tu és o maior de todos e és único! E que te seguirei onde estiver e quando estiver...


Na alegria e na dor, o sentimento não para! Pois todo vascaíno tem amor infinito! Eu cantarei de coração! Vasco da Gama!"


Fonte: SUPERVASCO.COM

Dinamite diz que Vasco terá um técnico vencedor


                 Dinamite mostra muito abatimento
Dinamite mostra muito abatimento

Luciano Paiva
No Rio de Janeiro
Um dia depois de o Vasco acabar rebaixado à Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, o presidente Roberto Dinamite conversou pela primeira vez com a imprensa Ao lado de toda a cúpula do futebol cruzmaltino, o dirigente dá claros sinais de que ainda está completamente atordoado com a situação do clube. O presidente, que revelou precisar fazer uso de calmantes e remédios para a pressão desde que assumiu o cargo, comentou sobre as situações dos jogadores, do técnico Renato Gaúcho e do que espera para o ano de 2009.

Luciano Paiva/UOL Esporte
Luciano Paiva/UOL Esporte
O presidente Roberto Dinamite traçou qual deverá ser o perfil do novo técnico do Vasco
Pedro Ponzoni/UOL Esporte
Pedro Ponzoni/UOL Esporte
O dirigente destaca que tem recorrido aos medicamentos para conseguir se acalmar
Segundo ele, o Gigante da Colina tem a possibilidade de começar a se recuperar financeiramente na Segundona, pois, apesar da diminuição de alguns recursos, a nova diretoria poderá trabalhar e administrar as primeiras verbas desde que assumiram o rombo deixado pelo ex-presidente Eurico Miranda.

Saúde financeira

"Na Série B, por exemplo, você perde em cota de televisão. Mas vamos receber mais do que na Série A, quando ficamos presos e não recebemos nada, já que todos os nossos recursos tinham sido adiantados. Agora vamos administrar bem as nossas receitas e nos livraremos desta camisa de força. O torcedor cruzmaltino pode ter certeza de que vamos investir muito mais na Segunda Divisão".

Novo treinador?

"Seria muito prematuro falar sobre a situação do Renato Gaúcho agora, assim como outros técnicos. Mas se ele disse que está fora, está fora. Precisamos planejar. Não é o momento certo de tratarmos sobre técnico e jogadores. O Renato foi contratado por três meses para tirar o Vasco daquela situação, mas não foi possível. Talvez ainda esse ano a gente escolha o nome do novo técnico. Quero um profissional de diálogo e vencedor. O Vasco pretende gastar aquilo que ele vai representar para o clube".


O contrato do Renato Gaúcho conosco era de três meses e estava acertado que ele tinha o objetivo de salvar a equipe do rebaixamento. Infelizmente não aconteceu. Mas se ele disse que está fora, está fora. Não posso responder pelo Renato Gaúcho. As coisas têm de ser feitas com calma, ainda existe uma possibilidade de uma conversa, mas é melhor esperar a poeira abaixar".

Madson e Wagner Diniz

"Com relação ao Madson, existe uma proposta para acertar a permanência do jogador. Ainda vamos fazer uma consulta para sabermos a real situação do Wagner Diniz. A lei permite ao atleta sair para qualquer clube no fim do contrato. Só não posso responder porque não é oficial". 

Dispensas

"Vamos decidir quem fica e quem sai depois que o nosso gerente de futebol, Carlos Alberto Lancetta, nos apresentar um relatório. Não queremos um jogador com salário muito alto, e, no final, ele participar apenas 15% dos jogos. Vamos montar uma equipe competitiva e com condições de vencer a Segunda Divisão". 

Novos contratos de patrocínio

"Tínhamos uma parceria esportiva de R$ 70 mil. Agora, esse valor vai aumentar para R$ 506 mil. São coisas que estavam programadas, dentro da nossa administração. Vamos trabalhar para ter um material melhor em mãos, coisa que não tivemos até agora. Sobre a Eletrobrás, existe um compromisso e dentro dele algumas coisas ainda precisam ser alinhadas. Mas não procede a informação de que o valor oferecido anteriormente vai diminuir. Quando tudo estiver acertado, dentro da linha de transparência, a imprensa terá uma noção de quanto será disponibilizado ao Vasco". 
[Fonte: UOL]



A dor não tem idade

O pequeno Victor Rodrigues, de 9 anos, descobriu cedo demais o quanto um rebaixamento machuca. Misturado aos mais de 20 mil torcedores, roeu unhas, falou palavrão e, claro, chorou pela derrota fatal


Rio - Faltaram unhas e sobraram lágrimas para Victor Rodrigues. Aos 9 anos, o pequeno vascaíno chegou ontem a São Januário de chinelo de dedo, uniforme do time de coração e um pingo de esperança de ver o Vasco fugir do inferno da Segunda Divisão nacional. No fim, ele sentiu a dor que não escolhe idade e não perdoa nem a ingenuidade de criança.

“O Vasco ser rebaixado, e isso corta meu coração. Vou continuar torcendo, mas é como se alguém tivesse morrido”, resumiu Victor.

Mesmo com o rebaixamento, a paixão do menino não morreu, ao contrário da esperança que ele alimentava antes de a bola rolar. Na companhia do pai, Eduardo Rodrigues, e do primo, Bruno Cabral, Victor era a imagem do otimismo, na chegada. “Acho que vai dar certo, acredito que o Vasco vai sair dessa”, disse o pequeno cruzmeltino, sem imaginar o que estava por vir na Colina.

Durante o jogo, o olhar do pequeno torcedor se perdia, junto com as unhas roídas. A camisa 10 que vestia lembrava o ídolo Edmundo. A liberdade para beber refrigerante foi a mesma para gritar palavrões. “Como vascaíno, era nossa obrigação estar em São Januário. Nós ajudamos o time até nos momentos mais difíceis”, afirmou Eduardo, pai de Victor.
O garoto pulava, gritava, batia palmas e cantava: “O Vasco é o time da virada; o Vasco é o time do amor”.

O amor continua, a virada não aconteceu. Os gols do Vitória fizeram Victor deixar de ficar em pé na cadeira e sentar. O pai, visivelmente emocionado, resisitiu até o fim. Além da dor pessoal, ainda teve que consolar o filho. “O que dizer? É difícil, o coração dói. Mas somos Vasco sempre”, disse o pai.

Ao lado de Victor, o cenário era de tragédia. Casais choravam abraçados, torcedores revoltados xingavam o time e alguns focos de confusão surgiam no estádio. “Eita! Quanta emoção. Estou triste”, resumiu Victor.

Fim de jogo. Lá foi o pequeno vascaíno, de uniforme completo, chinelo de dedo, olhos marejados, barriga cheia do lanche feito durante o jogo. O coração estava quase vazio. Mas ainda tinha espaço reservado para a cruz-de-malta. “Sou vascaíno, aconteça o que acontecer”, disse Victor. Aconteceu o pior. No fim, sobraram lágrimas e faltaram unhas.

6 de dezembro de 2008

Animal nos braços e no coração da torcida

Animal passa mais de uma hora assinando camisas, na véspera do jogo mais importante da história do Vasco

Ah, é Edmundo!


Edmundo retribuiu o carinho dos fãs vascaínos



Torcedora vascaína não conseguiu conter as lágrimas ao ver o ídolo Edmundo 



Torcedor ganhou até chuteira do ídolo Edmundo



foto: Globoesporte.com
Torcedora vascaína não conseguiu conter as lágrimas ao ver o ídolo Edmundo, que retribuiu o carinho dos fãs
Foi uma manhã emocionante para Edmundo. Após o treino do Vasco, o atacante ficou distribuindo autógrafos, recebendo mensagens de carinho, apoio de fãs, tirando fotos. Muitas fotos. Por uma hora e dez minutos, o Animal fez o ritual pela última vez. Ele prometeu se despedir neste domingo, contra o Vitória, da torcida vascaína. O futuro ainda é incerto. O ídolo cruzmaltino pode encerrar a carreira ou ir jogar nos Estados Unidos.

Edmundo deixou o gramado quase sem roupa. Sobrou apenas o short de treino. Atendendo o pedido dos fãs, ele tirou o colete, a camisa, a chuteira, as meias. E jogou para os torcedores. Mas antes disso, o que se viu na Colina foi uma demonstração impressionante de carinho da torcida pelo ídolo. E a retribuição do atacante. Com toda a paciência, ele assinou cerca de 300 camisas. Pegava uma por uma. E escutava gritos de "Fica, Edmundo!".

Uma torcedora, emocionada, começou a chorar na grade. Edmundo a viu e a chamou para uma foto. Depois, ainda lhe deu um presente na saída do vestiário. De outros torcedores, escutava comentários de que merecia uma estátua na Colina.

- Edmundo, a estátua que deveria estar lá é a sua. Não a do Romário. Mas não tem problema. Eu faço uma para você e coloco na minha casa - disse um torcedor.

De um outro recebeu uma foto antiga para autografar. Sorriu.

- Sou eu pequeno com você na pré-temporada do Vasco em 1993 - disse o torcedor.

Edmundo resolveu, então, ir para os braços da galera. O portão que separa o campo da arquibancada foi parcialmente aberto. Alguns torcedores começaram a entrar, de forma organizada, para tirar fotos.

- Podem ter calma. Ele vai atender a todos aqui - disse um segurança.

E Edmundo atendeu. Cerca de 400 pessoas. Pegou várias crianças no colo, deu um beijo no rosto de uma para uma foto. E recebeu um também, de um torcedor mais abusado. No fim, o Animal resolveu tirar parte da roupa e jogar para os torcedores. Uma das chuteiras caiu nas mãos do adolescente Bruno Luís.

- Nossa, estou muito feliz. Vou colocar na prateleira lá de casa. Seria um troféu. Nunca vou esquecer esse dia - disse.

E Edmundo desceu o vestiário. Sem camisa, descalço e com alguns cartazes na mão. Feliz. Uma prévia do que vai sentir no adeus. 06/12/2008 - 16h06 (GloboEsporte.com)