[googlee078d043171a94a9.html] Sou Mais Vasco: racismo
Mostrando postagens com marcador racismo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador racismo. Mostrar todas as postagens

15 de março de 2012

Vasco pilhado para o jogo de volta contra o Paraguaio Libertad


Dedé: Os ânimos estão acirrados. Não fomos bem tratados
Jogadores do Vasco confirmam que foram vítimas de racismo no Paraguai

RIO - O empate com o Libertad deixou sequelas que serão guardadas para o jogo da semana que vem, em São Januário, pela Libertadores. Os jogadores do Vasco desembarcaram no Rio de Janeiro nesta quinta-feira revoltados com o tratamento recebido no Paraguai. Os zagueiros Dedé e Renato Silva também disseram ter sido vítima de racismo durante a partida, quando foram chamados de macaco.

- Teve um torcedor babaca que me chamou de macaco. Isso é muito ruim que ainda aconteça no futebol. Independentemente de ser no Braasil ou em outro país. Infelizmente ainda vai acontecer outras vezes - disse Dedé.

O zagueiro reclamou ainda do tratamento recebido pelo Vasco em Assunção:

- Os ânimos já estão acirrados. Não fomos bem tratados lá. Não deixaram a gente treinar no campo, o vestiário era abafado - afirmou.

Quando chegou no Paraguai, o Vasco foi proibido de fazer o reconhecimento do gramado no estádio Nicolas Leóz. Em campo, Diego Souza, ao sair de campo depois de ter sido expulso, foi atingido por uma garrafa de plástico. Quando foi revidar, o quarto árbitro tentou apressar a saída dele do campo e o meia deu um empurrão no juiz e arremessou a garrafa de volta. Após a expulsão, os jogadores ainda trocaram empurrões.

- Vai ter um brilho diferente para essa partida. Vamos jogar com mais tesão - garantiu Dedé, que explicou porque não revidou os xingamentos da torcida.

- Se fosse fazer alguma coisa, sabia que não ia dar nada.

Renato Silva disse que por vezes é melhor ignorar a torcida adversária.

- Chamar a polícia acaba deixando essas pessoas com mais raiva. Às vezes é melhor ignorar que eles esquecem.

O Libertad chega no Rio na próxima terça-feira. Assim como fez com o Vasco, o time paraguaio não vai fazer o reconhecimento do gramado de São Januário. [O Globo]



Chamado de macaco, Dedé diz: "tenho muito orgulho da minha cor"

A partida entre Vasco e Libertad disputada na última quarta-feira em Assunção pela Copa Libertadores contou com um ponto negativo. Durante o empate por 1 a 1, o zagueiro Dedé foi vítima de ofensas racistas, e foi chamado de "macaco" por um torcedor rival. Nesta quinta-feira, no desembarque do time carioca no Rio de Janeiro, o defensor lamentou o caso, mas diz que isto não o abalará.

"Eu sou tranquilo sobre isso, não me abala. Mas é chato. A gente está em um lugar jogando um bom campeonato onde disputam várias raças e escutar um torcedor, um babaca, me chamar de macaco. Não é a primeira vez que vou escutar e não vai ser a última", afirmou.

Dedé explicou que as ofensas vinham de vários pontos do estádio, mas que optou por não chamar a polícia. O zagueiro declarou que segue com a cabeça erguida mesmo com o crime, e lastimou que o racismo siga existindo no futebol.

"Fico triste de ter pessoas assim, independente se for do Paraguai ou de outro lugar. Mas sigo de cabeça erguida. Tenho muito orgulho da cor que tenho e de ser brasileiro. E demonstro isso onde for", avisou.

A Copa Libertadores tem um histórico de ofensas de cunho racial, sendo que a mais famosa é a proferida em 2005 pelo argentino Desábato, então jogador do Quilmes, contra Grafite, que jogava no São Paulo. O fato, ocorrido no Morumbi, terminou com o defensor detido. (Terra)

3 de janeiro de 2012

1923. O ano em que o Vasco chutou o racismo no futebol

A extinção do racismo no futebol

Este texto foi compilado de uma série de crônicas publicadas em 1974 pelo Jornal dos Sports, na coluna Uma Pedrinha na Chuteira, assinada pelo Zé de São Januário (pseudônimo do jornalista Álvaro do Nascimento).


Em 1923, uma equipe considerada pequena, que acabara de ser promovida a primeira divisão, conquistou o campeonato carioca. Como se isso não bastasse para provocar a ira dos aristocráticos clubes grandes, o campeão era formado por trabalhadores de origem humilde, brancos, negros e mulatos, sem dinheiro nem posição social. Este campeão era o Vasco da Gama.



Naquela época, o racismo imperava no futebol brasileiro. Em 1921, era debatido se jogadores de cor deveriam ser convocados para os importantíssimos confrontos entre a seleção brasileira e a da Argentina.

Como vingar-se do atrevimento do Vasco? Os clubes aristocratas reuniram-se e deliberaram excluir jogadores humildes, sob a alegação de que praticavam o profissionalismo.

Numa sessão realizada na sede da Liga Metropolitana, Mário Polo, o presidente do Fluminense, apresentou as condições impostas aos chamados pequenos clubes. Estes teriam que apresentar condições materiais e técnicas e eliminar de seus quadros sociais jogadores considerados profissionais, constantes de uma lista que foi lida no momento.

A confusão e as vaias explodiram no recinto ao término da exposição feita por Mário Polo.

Finalmente usou da palavra Barbosa Junior, do S.C. Mackenzie, representante dos chamados pequenos clubes, condenando o racismo dos grandes clubes, uma vez que os jogadores atingidos eram apenas os mulatinhos rosados do Vasco, Bangu, Andaraí e São Cristóvão, sendo o Vasco o mais prejudicado de todos. Os arianos do Fluminense, Botafogo, Flamengo e América nem de leve foram tocados.

Os aplausos calorosos da enorme assistência a Barbosa Junior deixaram a Mário Polo desapontado. A confusão foi de tal ordem que a sessão foi suspensa por dez minutos, durante os quais Mário Polo e Ari Franco, o representante do Bangu, retiraram-se juntos para uma das salas onde conversaram secretamente.

Vendo seus planos irem por água abaixo, os clubes grandes decidiram que se afastariam da Liga Metropolitana, formando uma nova entidade, a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos. Estava decretada a cisão do futebol carioca.

Mário Polo e seus comparsas calculavam que os chamados pequenos clubes ingressariam cabisbaixos e humilhados na nova entidade, submetendo-se às suas regras discriminatórias. Bangu e São Cristóvão, que possuíam jogadores atingidos pelo racismo, confirmaram as expectativas dos grandes. Os demais fatalmente seguiriam essa opção, não fora a atitude desassombrada do presidente vascaíno Dr. José Augusto Prestes e da diretoria do Vasco, enfrentando com galhardia a campanha racista, apoiado pelos outros pequenos clubes.

Um ofício assinado pelo presidente do Vasco foi enviado a Arnaldo Guinle, presidente da AMEA, declarando publicamente que negava-se a participar da nova entidade. Esse documento histórico, transcrito abaixo, deu origem a extinção do racismo no futebol.
Eis o teor do ofício:

Rio de Janeiro, 7 de abril de 1924
Ofício no. 261
Exmo. Sr. Arnaldo Guinle, M.D. presidente da Associação Metropolitana de Esportes Athleticos.

As resoluções divulgadas hoje pela imprensa, tomadas em reunião de ontem pelos altos poderes da Associação a que V. Exa. tão dignamente preside, colocam o Club de Regatas Vasco da Gama em tal situação de inferioridade que absolutamente não pode ser justificada nem pela deficiência do nosso campo, nem pela simplicidade da nossa sede, nem pela condição modesta de grande número dos nossos associados.

Os privilégios concedidos aos cinco clubes fundadores da AMEA e a forma como será exercido o direito de discussão e voto, e as futuras classificações, obriga-nos a lavrar o nosso protesto contra as citadas resoluções.

Quanto a condição de eliminarmos doze (12) jogadores das nossas equipes, resolve por unanimidade a diretoria do Club de Regatas Vasco da Gama, não a dever aceitar, por não se conformar com o processo por que foi feita a investigação das posições sociais desses nossos con-sócios, investigações levadas a um tribunal onde não tiveram nem representação nem defesa.

Estamos certos que V. Exa. será o primeiro a reconhecer que seria um ato pouco digno da nossa parte sacrificar ao desejo de filiar-se a AMEA alguns dos que lutaram para que tivéssemos entre outras vitórias a do Campeonato de Futebol da Cidade do Rio de Janeiro de 1923.

São esses doze jogadores jovens quase todos brasileiros no começo de sua carreira, e o ato público que os pode macular nunca será praticado com a solidariedade dos que dirigem a casa que os acolheu nem sob o pavilhão que eles com tanta galhardia cobriram de glórias.

Nestes termos, sentimos ter de comunicar a V. Exa. que desistimos de fazer parte da AMEA.

Queira V. Exa. aceitar os protestos de consideração e estima de quem tem a honra de se subscrever de V. Exa. Att. Obrigado.
Dr. José Augusto Prestes
Presidente

Este ofício do C. R. Vasco da Gama esclarece com precisão os motivos que levaram o hoje poderoso clube de Sao Januário a afastar-se dos chamados grandes clubes, ficando ao lado dos pequenos. Isso deu ao Vasco a maior popularidade e admiração já alcançada, até aquela época, por clubes desportivos do Rio de Janeiro.

O presidente do Vasco, em declaração pública, afirmou que só voltaria ao seio dos grandes clubes quando o Vasco fosse maior do que todos eles. Para tal coisa conseguir, o Vasco teria que construir um grande estádio.

O reinado dos arianos durou menos de um ano. Em 1925, os grandes clubes, verificando a potencialidade do Vasco, que dentro em pouco apresentaria o maior estádio do Brasil, abandonaram o racismo e remodelaram totalmente o futebol, permitindo a inscrição de jogadores humildes e concedendo ao clube da Cruz de Malta os mesmos direitos dos clubes fundadores da AMEA.

Com a inauguração do estádio de São Januário, em 1927, o Vasco, que em 1924 era o menor dos grandes, transformou-se no maior entre todos os clubes do Brasil.



 Extraído de netvasco.com.br







História do Futebol Carioca: Globo Esporte estreia série em HD
Reportagens relembram fatos marcantes da primeira metade do século XX. Primeiro episódio recorda que o Vasco foi o primeiro campeão com negros


Vasco foi o primeiro campeão com negros no time
(Foto: TV Globo)
Uma viagem no tempo. Uma volta ao início de tudo. O Globo Esporte começa o ano com uma série de reportagens para lá de especial. Trata-se do História do Futebol Carioca, que vai resgatar momentos da fase pré-Maracanã do esporte no Rio. As matérias vão ar desta terça até o próximo sábado. O primeiro episódio lembrará que o Vasco foi o primeiro clube brasileiro a ser campeão com negros no time.

Além disso, há histórias marcantes de Flamengo, Fluminense, Botafogo e do time extinto da Mangueira. Como a TV ainda não havia chegado ao Brasil, a série de reportagens contou com a colaboração de atores e desenvolveu um roteiro para dramatizar cada um dos episódios - de livres adaptações de histórias reais. As matérias, com duração entre seis e oito minutos, foram gravadas em HD, alta definição, com narração do ator Paulo Goulart.

No segundo episódio, o História do Futebol Carioca recordará o primeiro Fla-Flu, clássico que em 2012 completa 100 anos. Em 1911, o Fluminense era o melhor time do Rio e tinha sido campeão invicto. Porém, os problemas internos do clube provocaram a saída de nove titulares que juntos fundaram o futebol do Flamengo. No início do Campeonato Carioca de 1912, os dois times se enfrentaram pela primeira vez e o Fluminense, mesmo com um time relativamente inferior, derrotou o Rubro-Negro.


Na terceira matéria da série, o jogador argentino Valido foi convidado pelo técnico Flávio Costa para participar dos dois últimos jogos do campeonato de 1944 pelo Flamengo, mesmo já estando aposentado há um ano. Moral da história? Ele foi o autor do gol do título, contra o Vasco, aos 41 minutos do segundo tempo, e sagrou-se herói do tricampeonato carioca do clube de 1942, 1943 e 1944.

O episódio do Botafogo, que vai ao ar na sexta-feira (6/1), contará quem foi Carlito Rocha, um dos maiores presidentes da história do clube, até hoje lembrado pelas suas superstições. Além de amarrar as cortinas para "dar um nó" nas pernas dos adversários e de dar mel aos seus jogadores antes das partidas, Carlito adotou como amuleto um cachorro preto e branco que invadiu o campo num jogo do Botafogo. Batizado de Biriba, o cão foi tratado como nome importante no Glorioso em 1948, quando o clube foi campeão carioca depois de 13 anos.

No sábado, dia 7 de janeiro, o último episódio da série contará a história do Sport Club Mangueira, o rubro-negro da Tijuca, que existiu de 1906 a 1927, participou de oito campeonatos cariocas e protagonizou um dos maiores vexames do futebol brasileiro. Das 118 partidas que disputou, o time acumulou 96 derrotas, sendo duas delas marcantes: um 24 a 0 para o Botafogo, em 1909, que até hoje é a maior goleada da história do futebol brasileiro, e um 16 a 2 para o Flamengo - maior vitória da história do Rubro-Negro.

O clube ganhou este nome ao ser fundado por operários da fábrica 'Chapéus Mangueira' e, como a maioria de seus funcionários morava no morro, ele também passou a se chamar Mangueira.

Por GLOBOESPORTE.COM
Rio de Janeiro




24 de março de 2011

Vasco: Homenagem aos Camisas Negras. Em novo uniforme, time pede inclusão

Vasco lança terceira camisa com seminário contra o racismo
Terceiro uniforme estreia na partida contra o Bangu. Foto: Divulgação

RIO - O Vasco lançou na manhã desta quinta-feira, na Sede Náutica do clube, o novo terceiro uniforme em homenagem ao time que ficou conhecido como Camisas Negras. Em 1924, o Vasco foi o primeiro a aceitar jogadores negros na equipe, negando uma solicitação da federação para que esses atletas fossem retirados do time. No peito esquerdo há uma imagem da palma de uma mão branca e preta. Já na gola estão escritas as palavras "Inclusão" e "Respeito".

Contra o Bangu. O uniforme, que ainda traz as inscrições “Democracia e Inclusão”, na gola, e “Respeito e Igualdade”, na altura do peito, será usado pela primeira vez na partida contra o Bangu, válida pela sexta rodada da Taça Rio.

Os jogadores Dedé, Bernardo e o goleiro Fernando Prass foram os modelos. Além da apresentação da camisa, houve um seminário sobre racismo no futebol com a participação do presidente Roberto Dinamite, de dirigentes de outros clubes e especialistas no assunto.

- Estamos dando continuidade a um processo muito importante na história do nosso futebol. O Vasco e a sua diretoria enfrentaram tudo e todos em busca dessa igualdade. Sem eles as portas para o maior jogador da história do futebol mundial, o nosso Pelé, poderiam estar fechadas até hoje - afirmou o presidente.

O Globo - Tatiana Furtado

11 de dezembro de 2009

Episódio de racismo distancia Antônio Carlos do Vasco

A repercussão negativa gerada pela provável contratação de Antônio Carlos Zago pode causar uma reviravolta em sua vinda para o Vasco. O nome do atual técnico do São Caetano era certo até terça-feira, mas a revolta da torcida obrigou os dirigentes a repensarem o acerto. Assim, Vagner Mancini – o terceiro da lista, que inclui ainda Tite – pode surgir.



Montagem sobre foto/GLOBOESPORTE.COM

Mancini, Antônio Carlos e Tite. Do trio deve sair o técnico vascaíno para a próxima temporada

A confirmação oficial deve sair nas próximos dias. Mas Antônio Carlos ainda não está descartado. Pesa a seu favor o fato de ele ser visto como um técnico promissor, com salário dentro da realidade do Vasco – abaixo de R$ 100 mil – e por ter feito um bom trabalho na Série B.

“Ele assumiu o São Caetano com três pontos e entregou o time com 54, em sétimo lugar. E só não chegou ao G-4 porque perdeu cinco jogadores importantes e não tinha peças de reposição”, elogia o vice de futebol do Vasco, José Hamilton Mandarino, que acredita que o treinador está sendo vítima de preconceito pelo fato de ter se envolvido no passado em um episódio de racismo.

“O Carlos Alberto me ligou. Disse que achava um absurdo o que estavam fazendo e que ele, mais do que ninguém, por ser negro, sabe que o Antônio Carlos não é racista”.

Uma das maiores comunidades do Vasco no Orkut, com mais de 370 mil membros, publicou ontem uma montagem com a foto de Antônio Carlos e os dizeres “racista, não!”.

Preocupada com o alto índice de rejeição da torcida a Antônio Carlos, a diretoria vascaína trabalha com outros nomes para assumir o comando da equipe. Vágner Mancini, que deixou o Vitória ao fim do Brasileirão, passou de azarão à favorito. Os dirigentes já entraram em contato com o treinador, que passa férias no Nordeste. O anúncio pode ficar para segunda-feira. (O Dia) 

9 de dezembro de 2009

Comunidade na web rejeita Antônio Carlos no Vasco


Vascaínos pedem para diretoria repensar contratação do profissional e relembram suspensão por racismo em imagem na página na rede
Uma das maiores comunidades do Vasco no Orkut, site de relacionamento da internet, rejeitou a possível contratação de Antônio Carlos como técnico do clube em 2010. Na figura que ilustra a página, que conta com mais de 370 mil membros, os internautas fizeram uma montagem com a foto do profissional e a frase: "Racista, não!". O nome do atual comandante do São Caetano surgiu nos últimos dias como o preferido da diretoria cruzmaltina para assumir o time da Colina no ano que vem.


Reprodução/Orkut

Torcida rejeita contratação de Antônio Carlos e relembra punição sofrida pelo treinador em seus tempos de jogador


A frase relembra a suspensão do ex-jogador nos tempos em que defendia o Juventude. No dia 5 de março de 2003, o então zagueiro teria ofendido o atacante Jeovânio, do Grêmio, com gestos e palavras racistas. Julgado no Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul, ele foi suspenso por quatro jogos. A punição maior, de 120 dias, ocorreu por conta da agressão física ao mesmo jogador durante o confronto, válido pelo Gaúchão.

Os pedidos dos torcedores do Vasco pela não contratação de Antônio Carlos se espalharam na internet por conta de toda a história do clube contra o preconceito racial. A equipe carioca foi a primeira a utilizar jogadores negros em um time profissional. O fato ocorreu em 1923.

Após um encontro com com a diretoria da Eletrobrás, nesta quarta-feira, no Centro, o presidente Roberto Dinamite comentou a situação.

- Lógico que um nome não vai agradar todo mundo. Nós temos que tomar uma decisão. Temos o direito de errar ou acertar. Se o clube for partir para um perfil campeão, vamos gastar de R$ 300 mil e R$ 400 mil. E esse não é o perfil financeiro do Vasco. Temos que encontrar alguém que se enquadre nessa estrutura - disse Dinamite.


Fonte: globoesporte.com

10 de novembro de 2007

Camisas Negras - Luta contra o Racismo - PROTESTO




A origem do nome?

O nome Clube de Regatas Vasco da Gama é uma homenagem ao grande navegador português, descobridor do caminho marítimo para as Índias, em 1498. Em 1898, apaixonada pelo remo (o mais popular dos esportes na época), a colônia portuguesa no Rio, decidida a participar das competições, nada mais fez do que aproveitar as comemorações do IV Centenário do feito de Vasco da Gama (dobrou o Cabo das Tormentas, hoje Cabo da Boa Esperança) e fundou seu clube. Surgia assim, a 21 de agosto daquele ano, um dos mais democráticos e lutadores clubes brasileiros.

O significado da camisa?


A primeira camisa era negra, com a cruz de Cristo em vermelho (não a cruz de Malta como costuma-se dizer) no peito. Pouco depois, entretanto, o desenho foi alterado, juntamente com o da bandeira. Uma faixa diagonal branca, com a cruz de Cristo ao meio, em vermelho, passou a representar a coragem e as glórias das naus de Portugal desbravando os mares desconhecidos. A camisa original e oficial do Vasco da Gama, portanto, é a preta, embora a branca (com a faixa preta) seja até mais popular e conhecida. As quatro estrelas douradas da bandeira representam os campeonatos invictos conquistados pelo clube (45-47-49-92).

Quando aconteceu a primeira cisão no clube?

Um ano depois da fundação, já respeitado e temido nas regatas nas praias do Flamengo e de Botafogo, alguns associados queriam a mudança da sede da Ilha das Moças para o Passeio Público. O primeiro presidente, Francisco Couto, acabou renunciando e levando com ele um grupo de ex-vascaínos que, a 5 de julho de 1899, criou o Clube de Regatas Guanabara. Apesar de tudo, na virada do século, o Vasco da Gama já era uma potência, com mais de 100 remadores filiados à União Fluminense de Regatas.

Quantos escudos o clube teve?

Embora fundado em 1898, o primeiro escudo do Vasco foi criado apenas cinco anos depois, em 1903, e bem diferente do atual. Era redondo, com o nome Clube de Regatas Vasco da Gama escrito em fundo negro, entre seis cruzes de Cristo, e a caravela ao centro. A partir da década de 20, porém, o clube adotou o escudo que usa até hoje.

Quando surgiu o amor pelo futebol?

Em 1913, a exibição no Rio de um combinado de três clubes portugueses (Clube Internacional, Sporting Clube de Lisboa e Sport Clube Império) empolgou a influente colônia lusitana. A pressão dos associados, que exigiam um time de futebol, passou a lutar para derrotar a corrente do remo, que não aceitava o novo esporte. Mas surgiu outro obstáculo inesperado: os estatutos do Vasco não permitiam sócios não portugueses, e isso inviabilizava a filiação do clube à Liga Metropolitana de Futebol (LMF).

Como foi a primeira “virada de mesa”?

Mesmo com a oposição ferrenha dos remadores, os adeptos do futebol conseguiram a fusão com o Lusitânia (que admitia sócios brasileiros) a 26 de novembro de 1915. O caminho para o êxito do Vasco da Gama no futebol estava aberto. Os outros que se cuidassem, que a nau do Almirante estava a caminho.

Que o clube sofreu discriminação?

Em 1917, o Vasco já estava na segunda divisão, mas ainda não preocupava os grandes e famosos Flamengo, Fluminense, Botafogo e América, entre outros. Só começou a apavorar os adversários quando conquistou, de maneira espetacular e por antecipação, o título carioca da primeira divisão de 1923. Unidos contra o campeão, os derrotados criaram a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA) e não convidaram o Vasco da Gama para o ano seguinte, acusando-o de ter analfabetos e profissionais entre seus jogadores.

Qual foi a grande resposta vascaína?

O que poderia fazer o Vasco da Gama diante de um golpe tão elitista aplicado por seus adversários? A resposta foi a construção do Estádio de São Januário. Inaugurado em 21 de abril de 1927, em um amistoso contra o Santos. Diante de São Januário, o que significavam os campinhos de Fluminense, Botafogo, Flamengo e América? O Vasco da Gama demonstrou que era uma força que não mais poderia ser ignorada. E todos os que o repudiavam tiveram que voltar atrás. A trajetória vitoriosa do clube começou verdadeiramente, então, com São Januário, que só seria superado muitos anos depois pelo Pacaembu, em São Paulo.

Quem é o torcedor mais ilustre do Vasco?

Consagrado com o título de “Atleta do Século”, Pelé, também chamado de o “Rei do Futebol”, é o torcedor mais ilustre do Vasco. Pelé não esconde de ninguém a sua paixão pelo clube de São Januário.

Em que ano o Rei jogou no Vasco?

Foi em meados de 1957, quando Pelé tinha apenas 16 anos. Ele fez parte de um combinado Vasco-Santos e disputou três partidas no Maracanã com a camisa do clube de seu coração. Nos três jogos, que fariam parte de um torneio cancelado por causa do prejuízo financeiro, Pelé marcou cinco gols. No primeiro, contra o Belenenses, de Portugal – uma goleada de 6 a 1 – “Ele” marcou três gols. Em seguida, marcou o gol do empate de 1 a 1 com o Dínamo de Zagreb, e também no empate pelo mesmo placar com o Flamengo.

Que a paixão do torcedor ilustre não salvou o Vasco?

Um dos maiores momentos da carreira do melhor jogador de futebol do mundo aconteceu também em uma partida contra o Vasco. Com o Maracanã lotado, Pelé marcou o milésimo gol de sua carreira justamente contra o clube do seu coração. Foi na Taça de Prata de 1969. O jogo estava empatado em 1 a 1 e Pelé marcou seu milésimo gol, de pênalti, que o goleiro Andrada se esforçou para defender, mas não conseguiu.

Quais os símbolos do Vasco?

O Almirante, em homenagem ao navegador português Vasco da Gama, é o símbolo do clube desde a sua fundação e foi estilizado pelo cartunista argentino Mola, na década de 40, mesma época em que surgiu o símbolo do Expresso da Vitória, com uma locomotiva e um comerciante português de camisa e tamancos. Nos anos 60, surgiu o apelido de “Bacalhau”, que acabou estilizado pelo saudoso cartunista Henfil.

Que muita gente torce pelo Vasco por causa de Ademir?

Mesmo morando em Aracaju, Sergipe, a centena de quilômetros de distância do Rio, o então menino João Ubaldo Ribeiro aprendeu a torcer pelo Vasco por causa das transmissões das partidas pelo rádio. Hoje, escritor consagrado, ele confessa que a imagem que guarda, por causa das transmissões, é a de que Ademir voava com a bola quando partida para o gol. “O mais interessante é que eu nunca vi nem ele nem aquele timaço de 50 jogar, mas sou vascaíno por causa deles”.

Os títulos

Estaduais Estaduais 1923 - Nélson Chofer; Leitão e Mingote; Nicolino, Claudionor Bolão e Artur; Paschoal, Torterolli, Arlindo, Ceci e Negrito.

1924(Campeão invicto) - Nélson Chofer; Leitão e Mingote; Brilhante, Claudionor Bolão e Artur; Paschoal, Torterolli, Arlindo, Fernandes e Negrito.

1929 - Jaguaré; Brilhante e Itália; Tinoco, Fausto e Mola; Paschoal, 84, Russinho, Mário Matos e Santana.

1934 - Rei; Domingos da Guia e Itália; Gringo, Fausto e Mola; Orlando, Gradim, Leônidas da Silva, Nena e Dallessandro.

1936R - Rei; Poroto e Itália; Calógero, Zarzur e Marcelino Perez; Orlando, Luís de Carvalho, Feitiço, Kuko e Luna.

1945 - Rodrigues; Augusto e Rafanelli; Berascochea, Eli e Argemiro; Djalma, Lelé, Isaías, Jair e Chico.

1947 - Campeão invicto) Barbosa; Augusto e Rafanelli; Eli, Danilo e Jorge; Djalma, Maneca, Friaça, Lelé e Chico.

1949 - Barbosa; Augusto e Sampaio; Eli, Danilo e Alfredo; Nestor, Maneca, Heleno de Freitas, Ademir e Chico.

1950 - Barbosa; Augusto e Wílson; Eli, Danilo e Jorge; Tesourinha, Maneca, Ademir, Ipojucan e Djair.

1952 - Barbosa; Augusto e Haroldo; Eli, Danilo e Jorge; Sabará, Maneca, Ademir, Ipojucan e Chico.

1956 - Carlos Alberto; Paulinho, Bellini, Orlando, Laerte e Coronel; Sabará, Válter Marciano, Vavá, Livinho e Pinga.

1958 - (Supercampeão) – Miguel; Paulinho, Bellini, Orlando e Coronel; Écio e Roberto Pinto; Sabará, Almir, Valdemar e Pinga.

1970 - Andrada; Fidélis, Miguel, Renê e Eberval; Alcir e Buglê; Luís Carlos, Valfrido, Silva e Gílson Nunes.

1977 - Mazaropi; Orlando, Abel, Geraldo e Marco Antônio; Zé Mário, Zanata e Dirceu; Wilsinho, Roberto Dinamite e Paulinho.

1982 - Acácio; Galvão, Ivan, Celso e Pedrinho; Dudu, Serginho e Ernâni; Pedrinho Gaúcho, Roberto Dinamite e Jérson.

1987 - Acácio; Paulo Roberto, Donato, Fernando e Mazinho; Henrique, Geovani e Luís Carlos; Tita, Roberto Dinamite e Romário.

1988 - Acácio; Paulo Roberto, Donato, Fernando e Mazinho; Zé do Carmo, Geovani e Henrique; Vivinho, Romário e Bismarck.

1992 - Carlos Germano; Luís Carlos Winck, Jorge Luís, Tinho e Cássio; Luisinho, Leandro, Carlos Alberto Dias e Bismarck; Roberto Dinamite e Edmundo.

1993 - Carlos Germano; Pimentel, Jorge Luís, Torres e Cássio; Luisinho, Leandro, Geovani e Dias; Valdir e Bismarck.

1994 - Carlos Germano; Pimentel, Ricardo Rocha, Torres e Cássio; Leandro, Luisinho, William e Yan; Valdir e Jardel.

Brasileiros 1974 - Andrada; Fidélis, Moisés, Miguel e Alfinete; Alcir, Zanata e Ademir; Jorginho Carvoeiro, Roberto Dinamite e Luís Carlos.

1989 - Acácio; Winck, Quiñones, Marco Aurélio e Mazinho; Zé do Carmo, Boiadeiro, Bismarck e William; Bebeto e Sorato.

Torneio Rio-São Paulo 1958 - Miguel; Paulinho, Bellini, Orlando e Coronel; Écio e Roberto Pinto; Sabará, Almir, Valdemar e Pinga.

1966(Título dividido com Botafogo, Corinthians e Santos) - Amauri; Joel, Brito, Fontana (Ananias) e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Luisinho (Zezinho), Célio, Lorico (Picolé) e Tião.

bibliografia: Jornal O Dia

9 de agosto de 2007

Por que o Vasco é o time da virada, o time do amor?


Tudo começou em 1923. A equipe do Clube de Regatas Vasco da Gama havia sido promovida à primeira divisão do campeonato carioca. Naquela época, existia a idéia de que o "sport" era apenas para aqueles privilegiados que faziam parte da aristocracia brasileira. O racismo se apresentava ora de forma explícita, ora de forma implícita e também se manifestava no futebol. Entretanto, a equipe que o Vasco levara para participar do campeonato de 1923 era na sua maioria formada por jogadores negros, mestiços e brancos de origem humilde. Cabe ressaltar que os grandes clubes da época do Rio (Fluminense, Flamengo, Botafogo e América) possuíam em seus quadros apenas jogadores brancos pertencentes à aristocracia.

Os grandes clubes não se preocuparam, inicialmente, com o Vasco, pois era uma equipe nova na primeira divisão, mas à medida em que o Vasco derrotava todos os adversários que encontrava pela frente, um movimento de oposição foi se criando em relação aos seus jogadores. Este sentimento era partilhado não apenas pelos clubes aristocratas, mas pela população em geral, visto que a comunidade lusa do Rio de Janeiro havia se beneficiado inúmeras vezes nas apostas que eram realizadas na cidade.

O atrevimento do Vasco culminou com a conquista do título de campeão carioca daquele ano. A única derrota da equipe foi para o Flamengo, pelo placar de 3 a 2, fato que causou um verdadeiro alvoroço na cidade. Ao término da partida, realizada no campo do Fluminense, vários torcedores de outros clubes se juntaram aos do Flamengo e saíram em passeata até a Lapa, concentrando-se em frente ao restaurante Capela, que era um tradicional ponto de encontro dos vascaínos. A rivalidade entre vascaínos e flamenguistas já existia no remo; este jogo marca o início da rivalidade entre eles no futebol.

Entretanto, o fato mais importante estava para acontecer. Os clubes aristocratas reuniram-se e deliberaram excluir os jogadores "humildes" (negros e mestiços), sob a alegação de que praticavam o profissionalismo.

Este projeto se concretizou quando o presidente da Liga Metropolitana (AMEA), que fora criada pelos clubes da aristocracia (Flamengo, Fluminense, América, Botafogo e ainda o Bangu), enumerou uma série de condições a serem cumpridas pelos clubes pequenos. Os clubes teriam que apresentar condições materiais e técnicas e eliminar de seus quadros os jogadores considerados profissionais. O nome de tais jogadores foi lido naquele momento. O mais prejudicado foi o Vasco que teve quase todo o time campeão incluído na lista. "Todo discurso se sustenta em teias invisíveis. A eficácia do discurso do poder está justamente naquilo que ele oculta" Isaac Epstein, em A Gramática do Poder.

O presidente do Vasco da Gama, Dr. José Augusto Prestes, enviou então um ofício à Associação recém criada, mais especificamente a Arnaldo Guinle, presidente da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos, declarando publicamente que se negava a participar da nova entidade. O Vasco, juntamente com outros clubes pequenos, disputou o campeonato de 1924 pela antiga Liga Metropolitana de Desportos Terrestres.

Vem dessa data o que está no imaginário das pessoas em relação ao Vasco ser o time da virada, o time do amor. O Vasco não foi o primeiro clube a permitir que jogadores das classes humildes e principalmente jogadores negros e mestiços participassem da sua equipe principal. O pioneirismo do Vasco está em dar as condições necessárias para que esses jogadores desafiassem o poder das equipes brancas. Ao contratar o técnico uruguaio Ramon Plattero e implementar um regime de treinamento revolucionário para a época, o Vasco construiu uma equipe poderosa, principalmente no aspecto físico. A equipe poderia perder o primeiro tempo, mas com certeza no segundo tempo virava o jogo. A condição física dos jogadores do Vasco era estupenda em relação aos outros jogadores.

"Para que os homens dêem um único passo
para dominar a natureza por meio da arte
da organização e da técnica, antes terão
que avançar três em sua ética."
Friedrich Leopold von Hardenberg (1772-1801), poeta alemão.

Fonte:
Lecturas: Educación Física y Deportes